DANIEL MARIN
Ninguém é uma ilha cerceado em si próprio, somos fruto de uma intrincada cadeia de interações.
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Livro de Visitas Contato Links
Textos
Um Sonho
Certa manhã acordei bem cedinho, fiz minha refeição matinal como de costume e ao beber o último leite contido na xícara de porcelana branca que se encontrava sobre a mesa da cozinha, pude observar entre as cortinas da janela o sol apontando entre os montes. Os seus raios começavam a entrar no recinto prenunciando o novo dia. A relva molhada pelo sereno da noite anterior ia secando lentamente conforme a luz ficava mais intensa, fazendo com que as flores do jardim revelassem toda a sua beleza e charme. Então me levantei da cadeira de madeira na qual estava sentado, e afastando-a da mesa pus-me a caminhar em direção a porta, simplesmente movido por uma energia interior que não podia definir naquele exato momento. Ao descerrar a porta e observar atentamente o que se passava além das paredes de minha casa, é que compreendi o que estava sentindo instantes antes, e que me parecia estranho e descomunal impossibilitando definitivamente toda e qualquer interpretação ou conclusão antecipada a respeito das minhas estranhas e agradáveis sensações.
Ao levantar os olhos para o horizonte é que percebi o quanto o mundo que me rodeava estava transformado, parecia algo espetacular e simplesmente impossível de ser descrito com palavras. Por mais que eu tentasse racionalizar a situação era em vão, pois achava-me em estado de encantamento e completamente surpreso com o que acabava de ver. As flores reluzentes e mais floridas davam o ar da graça, os campos verdejantes ostentavam belíssimas flores e ricas pastagens, as matas estavam completamente povoadas por animais que harmoniosamente compunham a paisagem deslumbrante. O céu azul ficava mais reluzente com os límpidos raios de sol e estava tomado por pássaros que voavam aleatoriamente; parecia que toda a poluição do dia anterior havia ido embora de uma hora para outra. Ao estufar o peito e inspirar o ar da manhã, logo percebi que estava mais leve, e que a costumeira poluição havia providencialmente sumido. Em seguida voltei os olhos para as pessoas que alegremente passavam pela estrada de chão batido em frente a minha casa. Notei algo novo e realmente intrigante em seus semblantes, me pareciam estar felizes e cumprimentavam com um sorriso radiante umas as outras, diferentemente que no dia anterior. Fiquei estático por um momento e olhei para todas as direções antes de dirigir-me até a estrada, em seguida prossegui caminhando lentamente em um dos trilhos de terra da estrada, tudo estava tão calmo e tranquilo que poderia levitar se fosse possível. A brisa da manhã soprava calmamente mexendo as folhas das árvores e os cantos dos pássaros ao meu redor eram um concerto ao ar livre. Foi aí que interpelando este mágico e deslumbrante momento de paz, sorrateiramente eu tive uma breve angústia seguida de um susto e de um impacto profundo. Este mundo perfeito e harmonioso parcialmente descrito se esfacelou, transformando-se em pó. Quando me dei em conta, estava acordado, então percebi que na verdade havia tido um sonho.

Daniel Marin RS
Enviado por Daniel Marin RS em 14/07/2009
Alterado em 06/10/2020
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários