DANIEL MARIN
Ninguém é uma ilha cerceado em si próprio, somos fruto de uma intrincada cadeia de interações.
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Textos
Olhos Escuros
Meus olhos estavam escuros,
Mal podia enxergar a macieira,
E seus saborosos frutos maduros.

Era manhã e o sol teimava,
Em aparecer naquele rincão,
Prenunciando o dia que pairava,

Sobre a minha testa franzida,
Pequenos raios de luzes,
Tocavam-na deixando reluzida.

Volto então o meu profundo olhar,
Que sutilmente oblíquo,
Observa a diversidade do pomar.

Há frutas de todas as variedades,
E suas folhas hesitam-se com o vento,
E bradam em diferentes intensidades,

Meus pés cobertos de orvalho,
Estavam nus sobre a terra macia,
Podia ouvir o estrondoso barulho,

Das frutas, maduras caindo,
Tocando o chão úmido,
E confundindo-se com o som vindo,

Dos pássaros regorjeando,
Nos galhos fartos das frutíferas povoados,
Por musgos e liquens os protegendo.

O som estrídulo da cigarra cantante,
Murmurava no meu ouvido aguçado,
Prendendo minha atenção naquele instante.

Como uma saudosa sinfonia,
A acariciar meus pensamentos,
Cheios de lembranças e fantasia.
Daniel Marin
Enviado por Daniel Marin em 22/04/2011
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