Poderosa mente questionadora
A nossa mente é um “mecanismo”, uma força extremamente poderosa, da qual não temos sequer a dimensão exata da sua capacidade especulativa, reflexiva e realizadora. Criamos realidades, as vivenciamos, somos munidos de uma parcialidade que naturalmente tende a nosso favor, talvez seja o fecundo fruto do inconsciente, este sim, um verdadeiro manancial inacessível e irascível que nos move a seu bel prazer. A capacidade Humana de questionamento, propriamente da reflexão, de perguntar o “por que” das coisas serem de um jeito ou de outro, é o que verdadeiramente nos empurra para o futuro, para uma modificação por vezes profunda e em outras apenas restringindo-se a uma mera superficialidade, do mundo, como o vemos, e como o moldamos a nossa face. A face da criatura humana, que se despe da simplória veste de “própria criatura”, para tornar-se “o criador”, mesmo que por ínfimos e indiferentes momentos. Somos moleiros, que alegoricamente moldam a realidade, o mundo e a nossa própria concepção deste inimaginável Cosmo, composto de partículas elementares comuns, em toda a parte.
A maneira como vemos um determinado objeto, determina cabalmente, as conclusões e definição que iremos ter dele. Influenciando decisivamente no nosso “livre arbítrio”, tudo isso é inevitavelmente imbuído de emoção, razão e valores que temos armazenado e norteiam a reflexão acurada. E este ato sublime de ver, configura-se como ferramenta inalterável humana. Entretanto quando a “alma” do homem se prende a verdades absolutas, ficamos completamente míopes, cerra-se uma nuvem negra ante nossos curiosos olhos, é como se a mente fosse aleijada do seu poder de discernimento e fecundidade, para tornar-se um “zumbi”, a perambular e deter-se sob um único fato. Temos que ter consciência que o mundo muda, as pessoas mudam, tudo muda, o tempo todo, essa é uma constante. E que arraigar-nos a uma verdade e tomá-la como mito supremo, é inconcebível e fomenta o retardo da civilização.
A nossa capacidade de questionarmos, de procurar um sentido para a vida, um motivo real de existirmos, é algo que nos deslumbra, nos torna de fato Humanos. E é este sentido que tanto procuramos, ele aflige nosso estado de espírito, nos desafia diariamente neste ato de viver. O porquê de estarmos aqui, e todas as demais pertinentes perguntas que nos fizemos. Buscamos inevitavelmente por respostas, mas o nosso maior achado não são as respostas das quais todos somos ávidos por nos satisfazer. Sim! O nosso maior achado, sempre esteve em nós mesmo, é a capacidade que realizarmos perguntas, de nos questionarmos a nós mesmos, de não nos determos a uma única teoria absoluta, de buscarmos através desta capacidade questionadora, revelar a verdade e prosseguir nesta aventura alucinante.
Daniel Marin RS
Enviado por Daniel Marin RS em 30/03/2014