Burgueses e Proletários, segundo a teoria Marxista
A história da sociedade e seus movimentos, dá-se por meio da uma luta travada entre as classes. Os opressores e oprimidos sempre estiveram em lados opostos, em luta permanente, temos deste modo configurado através dos tempos o homem livre e escravo; o patrício e o plebeu; o mestre e o aprendiz. Há indubitavelmente em eras anteriores da historiografia moderna, nas civilizações passadas, uma verdadeira estratificação completa da sociedade, na qual ela se divide em diferentes classes, castas e posições. Na sociedade moderna, a burguesia, um ramo advindo da antiga e já suplantada sociedade feudal, prevalesse com o seu antagonismo entre classes, tal como era na Idade Média. Ocorreu sim a manutenção do sistema opressor, implementando-o, bem como novas formas de luta em detrimento da antiga. Dos servos da Idade Média, advieram os moradores dos burgos, isto é, das cidades, na qual gestou-se e desenvolveu-se a burguesia mercantil. Os descobrimentos e a exploração dos continentes Americano, Asiático e Africano, pelas empresas europeias de colonização, corporificadas em países e organizações mercantis, mudaram totalmente o panorama comercial e gestou a industrialização na Europa. As modificações na sociedade e na forma de ver o Mundo, uma vez que foram ampliadas as fronteiras geográficas e novas matérias-primas inundaram o continente Europeu. Este movimento decretou o falecimento da já cambaleante e antiquado sistema feudal, baseado na retidão da sociedade agrária e servilidade. A indústria feudal já não atendia mais a demanda que se apresentava, com uma crescente vertiginosa do mercado. E no lugar da manufatura de contornos artesanais, entrou a indústria moderna; e os chefes desta assim denominada indústria moderna, os burgueses, constituíram uma classe dominante, envolvida diretamente na produção de bens, voltados para atender as demandas de um mercado voraz, fomentado pelas grandes navegações, acumulo de capital e desenvolvimento dos meios de transportes.
O indivíduo que é desprovido de capital para prover a sua subsistência e dos seus entes dependentes, necessita invariavelmente sobrevier. E então vende o seu trabalho para a classe burguesa, a detentora dos meios de produção, em troca de capital para prover as suas necessidades básicas e supérfluas na qual a sociedade lhe impõe, em função do ampliamento e diversificação do mercado, na qual é válvula motriz para criar novas necessidades não vitais e essenciais ao trabalhador (proletário). O proletariado é o indivíduo advindo do sistema feudal, o servo, cultivador do solo do feudo, que com o colapso do seu mundo, vê-se obrigado a migrar para o burgo e prostituir-se, ou seja, entregar seu trabalho em troca da sua subsistência e dos seus dependentes.
O envolvimento das classes burguesas e proletária com os meios de produção, bem como as suas tensas relações antagônicas, dão a tônica das apregoações de Marx, são a gênese de seu pensamento, acrescentada ao capital, o bem circulante entre as relações das classes.
Petrificado no século XIX, a teoria marxista é totalmente pertinaz, abrangente e retrata a realidade dos movimentos da sociedade. Entretanto na contemporaneidade, onde a revolução tecnológica e as relações humanas se dinamizaram, lançaram novas luzes às classes burguesa e proletária, tão bem teorizadas por Marx. A relação entre proletário e burguês, estreitou-se, de tal forma que há casos em que não pode-se defini-las com total clarividência. Haja vista que o conhecimento reside na cabeça das pessoas e toma forma concreta numa organização/empresa que aprende, e apenas esta organização pode sobreviver ante um mercado capitalista selvagem e competitivo. Portanto o indivíduo, o proletário do já distante século XIX, detentor do conhecimento que edifica uma organização e trona-a robusta para atingir o mercado, tem poder decisório e estratégico, além de possibilidades maiores do que seu antepassado.
(Fonte: Manifesto do Partido Comunista – Karl Marx e Friedrich Engels)
Daniel Marin RS
Enviado por Daniel Marin RS em 08/07/2020