DANIEL MARIN
Ninguém é uma ilha cerceado em si próprio, somos fruto de uma intrincada cadeia de interações.
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Mudança – Violentar os Sentidos e Forçar a Imaginação
Tema: Ciência e Astronomia

A gênese da mudança conceitual e panorâmica a respeito de um assunto ou temática, está sempre relacionada ao rompimento da lógica refutável já estabelecida. Há indubitavelmente casos, em que deve-se remedivelmente romper com os sentidos e força a imaginação a níveis extremos para se chegar ao entendimento e fazer a grande roda do saber mover-se a frente e progredir.
Tomamos por exemplo, Copérnico; que ao concluir a sua obra revolucionária, que cingiu profundamente o saber humano, no que tange à astronomia e praticamente abrindo alas para a ciência moderna, tinha plena consciência de que era antagonista à todo um corpo de conhecimento perfeitamente sedimentado e popular. Proclamando em sua obra magna, publicada postumamente, a teoria heliocentrista, isto é, colocando a Terra como um planeta marginal do sistema solar, deslocando o sol, como astro maior e os demais planetar em sua órbita. Perpassando oportunamente por Galileu Galilei, o denominado “experimentador”, que sabedor de ínfimos detalhes acerca do movimento da Terra e dono de uma mente fecunda e profundamente sagaz, afirmava com sua sábias palavras o seguinte: “não consigo encontrar palavras para a minha admiração, como tinha podido Aristarco e Copérnico a razão violentar tanto os sentidos que, contra eles, se tornou senhora da sua credulidade.”
Ora é relevante repassar a respeito desta assertiva de Galilei, pois Aristarco de Samos, um grego que há cerca de 200 a.C., postulou claramente a Terra orbitava em torno do Sol, e questionou todo um Sistema já aceito e anteriormente formulado pelo polímata Aristóteles. Sistema este que não retratava o “absurdo”, pois baseava-se na observação de caráter empírico/positiva. E não violentava os nossos sentidos, apenas teorizava e retratava o visível, o óbvio, pois se nos despirmos dos saberes científicos a repeito da gravitação e órbita dos planetas e do Sol e Lua, temos a clara sensação de que a Terra é o centro do Universo e os demais astros, exatamente todos eles orbitam em torno do nosso Planeta. É preciso especular e flertar com o desconhecido e não contenta-se com a mesmice, ir além forçar a imaginação, violentar o sentido e desvelar o recôndito.
O rompimento com as teorias já sedimentadas e experimentalmente não retratam mais a verdade, é necessário submetê-las ao instrumental magno da ciência, que é a dúvida a refutação das explicações, a fim de refinar constantemente as respostas para os fenômenos. A refutação funciona como um estímulo profícuo para violentar os sentidos e agregar conhecimento e experiência.
E unicamente por causa do falseamento das verdades absolutas, da refutação do conhecimento já sólido e tido como regra rígida, que a Terra deslocou-se da centralidade do Universo, da regência plena do Cosmo, para ser um planeta com mesmo status astronômico que Marte ou Vênus, para falarmos da “família dos planetas”.
Mas para ser readequado e consequentemente remodelado o equipamento intelectual humano, é necessário um rompimento em muitos casos abrupto e doloroso das verdades absolutas que asseveram e decretam os normas dos fenômenos. Para sair da linha confortável de pensamento e desafiar o desconhecido, adentrando no infinito. Desafiando sim! A imaginação e contrariando até os sentidos para obter respostas que mais se aproximam da realidade.
Daniel Marin RS
Enviado por Daniel Marin RS em 16/07/2020
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