Tema: Política

Pertinente ao esquerdismo propagado pelos intitulados intelectuais da esquerda na América do Sul, não podemos simplesmente explicar em linhas simplistas, que ele foi o produto de influências de cunho literário.
Na visão de Octávio Paz (célebre intelectual mexicano), a vertente esquerdista dos intelectuais sul-americanos também provém à origem burguesa das elites locais, bem como à educação jesuíta, difundida no continente. Sumariamente não é fruto dos camponeses, muito menos dos operários. Os intelectuais encontraram refúgio no catolicismo, personificado errôneamente num ideal de Revolução proletária. Ensejam eles (os intelectuais) que a Revolução esquerdista lhes traga o afago  da fraternidade, da justiça social, a finalidade histórica e a transcendência moral e ética. E como os sacerdotes católicos, os intelectuais esquerdistas tencionam   serem os porta-vozes da “mensagem” de amor e fraternidade, da qual a sua Revolução supostamente e infantilmente levou a cabo.
Quanto à Igreja Católica; ela também buscou através dos tempos sua parte nesta mensagem deturpada da esquerda lunática. Basta observar que o clero católico em partes apoiou a revolução sandinista na Nicarágua e apoiou os marxistas no Brasil. Resultado disso segundo Paz: “...sempre do lado errado!”
Outra explicação pertinaz é indubitavelmente a proximidade da região com os Estados Unidos da América, um país que tem duas faces distintas na visão infantilizada do intelectualismo de esquerda,  o fascínio e a repugnância, uma mistura interessante, excitante e cheia de contradições.
Nos discursos inflamados e oportunistas, os intelectuais de esquerda demonizam os americanos do norte, e entretanto na vida cotidiana os imitam, em gênero, número e grau, igualando-os em consumismo.
Torna-se oportuno frisar que denunciar aos quatro ventos as barbáries do imperialismo cruel e sanguinário norte-americano, também é uma tarefa que além de simplista, não exigindo alto grau de intelectualidade, rende sim bons dividendos.

(Fonte: Os Verdadeiros Pensadores de Nosso Tempo – Org. Guy Sorman, com base no texto de Octávio Paz).