Interação Homem-Máquina – a inspiração em da Vinci
Tema – Interação Homem-Máquina, Informática
Buscar a plena inspiração para traçar os moldes de uma “nova informática”, permeada por contornos instigantes, sedutores e artísticos, passa indubitavelmente por estabelecer um paralelo íntimo com o pensamento do maior gênio da humanidade; Leonardo da Vinci (1452 – 1519). Ele inspira cientistas, engenheiros, inventores e artistas a mais de cinco séculos. Sua capacidade única de conectar sabiamente a ciência e engenharia com a arte produziu grandes invenções a ainda assombram as nossas mentes e impactam diretamente a forma como concebe-se as questões humanas e do gênio da criação.
A antiga informática estava embasada em aspectos de conteúdos teóricos e práticos, pertinentes a tarefas e feitos que os computadores poderiam fazer. Colocava-se a “máquina” no centros das atenções, louvavam-se suas proezas e capacidade de processar dados, tomada de decisão e vislumbrava-se um horizonte, até vendido pela mídia de uma era de “máquinas pensantes e humanoides”, onde imitaria em gênero e grau o engenho humano. A concepção e a criação de sistemas computacionais e hardwares era território restrito de profissionais da Tecnologia. Entretanto a nova informática tem um viés um pouco diferentes da concepção antiga, repaginada e evidentemente com uma base conceitual mais robusta e desenvolvida, constituiu um corpo de estudo e de conhecimento sólido. Ela está centrada naquilo que os usuários podem fazer com a tecnologia. As tecnologias que galgam o sucesso e estabelecem-se no mercado, são aquelas que se harmonizam com as necessidades dos usuários, enriquecendo as suas experiências, enfim conectando a regras de engenharia de natureza rígida, com a arte pura e refinada. A manifestação aflora no design tanto do hardware como do software, onde além de harmonizar e não agredir o olho humano, seja de fácil assimilação e dentro de cada contexto descomplicado, mantendo as regras de segurança e operacionalidade.
É um desafio instigador dos projetistas, compreender com extrema profundidade e avidez, o que realmente os usuários desejam. Tornando real a possibilidade de produtos tecnológicos mais úteis e que promovam a sensação de bem-estar do usuário. As tecnologias que têm as suas funcionalidades complexas, impactam negativamente no usuário leigo, deixando-o com a sensação de incapacidade e impotência ante a um hardware e/ou software de “última geração”. Para tanto é impreterível pensar no usuário, deslocar a centralidade da concepção dos projetos tecnológicos para um design e usabilidade, atrativos para o usuário final. Isto promoverá uma sensação de capacidade e competência, além de criar boas experiências com uma ferramenta tecnológica. Experiências estas que podem serem passadas adiante e massificar o uso de uma tecnologia.
Leonardo da Vinci, personifica este ideal de Interação Homem-Máquina, ele que sempre anteviu o futuro com um olhar aguçado e cheio de inspiração. Ao longo de sua vida Leonardo, ganhou notoriedade pelas suas obras artísticas em espaços públicos, retratos; e também como inventor, engenheiro mecânico e anatomista. Tocou lira, projetou fortificações, escreveu milhares de páginas com seus pensamentos e realizações de engenharia, mas sobretudo desenhou, plantas desprovidas de cálculos matemáticos, mas que ganhavam vida em sua mente portentosa. As suas criações integraram a ciência com a arte, a estética com a engenharia e eram concebidas para encantar as pessoas e tornar as suas vidas melhores, objetivando atender as necessidades humanas.
(Fonte: O Laptop de Leonardo – B. Shneiderman)
Daniel Marin RS
Enviado por Daniel Marin RS em 07/02/2021