DANIEL MARIN
Ninguém é uma ilha cerceado em si próprio, somos fruto de uma intrincada cadeia de interações.
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Textos
Colocações Sobre a Amizade no Campo da Ética
Tema – Filosofia

O comportamento humano é cerceado pela moralidade que é inerente do ser e regrado evidentemente no que concerne à cultura de cada sociedade constitui como princípios e valores aceitos. Entretanto com o advento  da globalização, o desenvolvimento dos meio de comunicação e transportes, deram um ar de instantaneidade e interatividade nas relações pessoais. No bojo de todas estas mudanças sociais e até comportamentais da humanidade, a globalização, a massificação dos mercados e da própria cultura, são fatores de cunho irreversíveis e molda-nos a todos, abalando irremediavelmente os quatro cantos do globo. No campo da ética, que nada mais é, do que uma das áreas da filosofia, onde investiga-se precipuamente os pináculos motivadores, compositores, disciplinadores e orientadores do nosso comportamento. É uma área filosofal que se propõe a refletir sobre a realidade social humana, tomando como base os valores, as prescrições e proibições que estão imbuídos e arraigados no seio da sociedade.
No atente às colocações que se seguiram, debruça-se sobre a obra magna no estagirita (Aristóteles), intitulada “Ética a Nicômaco”, onde a certa altura da composição, o polímata trata de um assunto interessante e pertinaz. A questão da amizade no campo da ética, e algumas implicações relevantes de dissertar-se.
Um questionamento relevante a fazer-se é; se deve-se ou não desfazer uma amizade (duradoura ou não), quando a outra parte não permanece a mesma. Talvez e somente talvez não haja nada e estranho e particularmente não ético, em romper-se uma amizade, onde o outro (amigo), já não tenha mais os atributos os valores morais na qual foi o elo de ligação entre ambos, e que catalisou o relacionamento (amizade); quando deixa de existir, é razoável que não tenha-se mais interesse. Ocorre-se também no seguinte fato, quando um homem finge ser dotado de bondade, e com o passar do tempo revela-se seu caráter imbuído da maldade, daí evidentemente deve-se romper a amizade, dada a circunstância funesta. Isto porque, o que é mau não deve ser amado e admirado, muito menos imitado. Não se pode amar a maldade, bem como nem tornar-se semelhante. Deve-se então friamente romper-se a amizade? Talvez seja uma atitude drástica e aquiescente, no sentido de ter um valor moral rígido e intransigente. Entretanto é pertinente refletir sabiamente sobre a temática tão delicada. Em toda a regra eventualmente há a exceção, no caso dos amigos curáveis na maldade e que possa ter um fio de esperança na sua regeneração, é dever tentar ajudá-lo, para objetar melhorar o seu caráter, afinal é um traço intrínseco da amizade ajudar os amigos. Contudo não soa estranho e ilógico romper uma amizade, motivado pelo fato do mau caratismo do amigo.
Deve-se então tratar o ex-amigo como um completo estranho? Agindo com indiferença? Certamente que não, é salutar e até respeitoso, conservar lembranças da intimidade tida, mas distanciar-se da pessoa (ex-amigo). As relações amigáveis com o semelhante, e conjecturando a respeito das características definidoras que compõe a amizade, derivam invariavelmente do homem para consigo mesmo. Busca-se no amigo sempre atributos que são relevantes para você dentro do seu juízo de valor individual, já definido e amalgamado ao longo da vida. Relações de amizades também trazem no seu âmago, um toque individualista.
  
(Fonte: Aristóteles – Ética a Nicômaco)
Daniel Marin RS
Enviado por Daniel Marin RS em 28/03/2021
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