DANIEL MARIN
Ninguém é uma ilha cerceado em si próprio, somos fruto de uma intrincada cadeia de interações.
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Textos
T. I. Algumas Definições e um Apanhado Histórico
Tema – Tecnologia da Informação, História e Gestão

Desde os primórdios a informação foi um bem de extrema relevância para o sucesso de uma organização e da própria evolução humana. Apesar da diminuta importância que nossos antepassados referem-se ao assunto, tratando-o de forma secundária e priorizando sempre os métodos de obtenção da informação, do que a sua gestão e tratamento propriamente ditos. Porém não podemos desmerecê-los nem mesmo julgá-los severamente, necessitamos ter sempre em mente que a humanidade progride de forma gradativa. E que os avanços tecnológicos não são coisas “novas” do presente, e sim fruto das criativas mentes do homem moderno que fez valer do florescimento do pensamento simbólico desenvolvido há cerda de cinquenta mil anos atrás, no continente africano, para só então progredir exponencialmente a passos largos. Mas o que é o pensamento simbólico propriamente dito? Nada mais é do que  a capacidade que a mente humana desenvolveu de materializar sua imaginação (pensamento) em ação ou em algo concreto, haja vista que há evidências históricas da espécie homo sapiens pintar a pele uns dos outros com argila para fins desconhecidos. Porém o pensamento simbólico, sorrateiramente caiu em desuso, e somente milhares de anos depois (algo em torno de vinte mil anos aproximadamente) evidencia-se novamente no Oriente Médio, por meio do sepultamento das pessoas que pereciam. É creditado o desuso do pensamento simbólico a não competição com outras espécies de humanos no continente africano, caracterizando desta forma que a necessidade e a competitividade geram o real conhecimento e a evolução, uma vez que com a migração do homo sapiens para as diferentes partes do globo terrestre, inevitavelmente deparou-se com outras espécies humanas e com diferentes predadores até então desconhecidos. Portando conclui-se que o pensamento simbólico foi o grande salto evolutivo do homem moderno e é à base de todo o conhecimento gerado posteriormente. E este conhecimento (informação) passado de geração para geração pode-se definir como os primeiros passos da humanidade rumo à evolução tecnológica e porque não a tecnologia da informação.
Podemos mencionar que a evolução da comunicação, através do desenvolvimento de uma linguagem “falada”, facilitou o relato de experiências de uma geração para outra. Constituindo-se na primeira forma de transmissão de informação e consequentemente conhecimento. Possibilitou também o estreitamento dos laços de convivência do grupo e nascia aí o conceito primário de sociedade uma vez que, o diálogo embora grotesco fosse vital para a sobrevivência dos indivíduos. As inscrições e pinturas rupestres também foram uma forma de repassar informações, embora segundo descobertas e estudos recentes, concluem que tais pinturas tratavam-se de “experiências” das pessoas em transe e sonhos, do que algo mais concreto, como por exemplo reprodução de uma caçada bem sucedida.
Com o desenvolvimento da agricultura, o homem tornava-se definitivamente independente em relação a sua subsistência da natureza, pois não necessitava mais migrar constantemente de um local para outro a fim de obter alimentos. Tendo com isso mais tempo ocioso para desenvolver e aprimorar suas diferentes habilidades. O sedentarismo e a fixação em um só local oportunizou ao homem desenvolver os primeiros núcleos habitacionais (cidades), e consequentemente com o florescimento de várias civilizações ao redor do globo. A Suméria no Oriente Médio pode-se ser considerada a primeira ou pelos menos umas das primeiras civilizações “avançadas” da Terra, construiu os primeiros núcleos habitacionais (Ur, Uruk, Nippur, entre outras). Aos sumérios são atribuídos alguns avanços significativos no campo da Tecnologia da Informação e das ciências de um modo genérico, tais como: invenção da escrita (cuneiforme), roda, precursores da astronomia, bases da matemática uma vez que usavam números baseados do seis (06) ao dez (10), agricultura, engenharia com a construção dos zigurates com tijolos de argila cozidos a fim de poder observar melhor os astros e cidades, divisão do dia em horas, e a primeira estória escrita (as aventuras de Giulgamesh). Nesta mesma época, porém impossível de precisar com certeza a civilização de Caral na costa do Peru, também floresceu, entretanto não há maiores explicações e pesquisas que digam com precisão e convicção quais foram suas contribuições para a sociedade atual. Apenas podem ser mencionado, que Caral foi à precursora de todas as demais “culturas” que floresceram na América Andina (Tiwanaku,Chavín, Nazca, Mochicas, Chimús, Incas, entre outras), e que dela herdaram as técnicas de construção e agricultura como também as crenças religiosas. Estava dado o grande passo para a evolução humana, enfim saímos das “cavernas” para habitar cidades, desenvolvendo e aprimorando nossas habilidades de geração para geração.
No Mundo Clássico temos fixadas as bases do pensamento filosófico, e acompanhado deste toda a base da ciência moderna. Pois todos os diferentes ramos da ciência estão devidamente enraizados no pensamento filosófico, todos sem exceções partiram de necessariamente de um anseio, de um impulso cognitivo emanado da mente do homem. Na Idade Média em função da queda do Império Romano no Ocidente, consolidação da Igreja Católica como a mais influente organização e consequentemente, de uma forma mais veemente monopolizadora e conservadora do saber, legou-nos tudo do que é bom e ao mesmo tempo maléfico em matéria de conhecimento. Foi conservadora e agregadora de conhecimento, mas também dogmatizou suas próprias certezas e de certa forma “podou” o saber.
Entretanto com o advento do Renascimento e a colocação do Homem na centralidade do cosmo, houve uma doutrina mais apoiada no humanismo, e pregava-se um retorno ao afamado “Mundo Clássico”. Exaltava-se a capacidade do engenho humano, e pavimentava-se o caminho para as assim denominadas posteriormente de “luzes”, o iluminismo.
Na esteira do movimento iluminista, o desenvolvimento da ciência, motivado pela instrumentalização e rigor do método científico, na qual apregoa de forma singela a impessoalidade na pesquisa, a formulação de hipóteses para um determinado “problema” envolvendo um fenômeno natural pertinente tudo o que nos cerceia. Este invariável e insopitável desenvolvimento da ciência, já no século XVII, trouxe no seu bojo a revolução industrial. Deixando aqui de lado todas as suas consequências de cunho social, e evidentemente tudo o que concerne aos movimentos em que a sociedade foi submetida no período e seu resultado. É pertinaz frisar-se que trouxe novas necessidades de computar a produção, em todas as etapas que compõe a cadeia produtiva de qualquer mercadoria.
Os avanços tecnológicos, tomando-se como marco basilar a revolução industrial, tornaram-se cada vez mais significativos e convergiram a passos largos na direção do aperfeiçoamento dos processos das mais diversificadas organizações, ansiando pela excelência, a competitividade e a lucratividade dentro dos setores de mercado até então existentes. Independentemente do ponto de vista a ser considerado, até porque, um ponto pode indubitavelmente ser colocado sob o prisma de várias vistas (olhares); o progresso científico pode ser cumulativo, isto é, uma geração avança vertiginosamente a partir dos progressos das gerações passadas, ou que o saber dá-se por instrumento de “impulsos” criativos de uma geração iluminada e que as suas vindouras desfruta-o, dando apenas acabamentos e adaptações precisas e fundamentais. Mas o fato é na sua concretude interessante que, chegamos ao tempo atual, num estágio extremamente dinâmico e globalizado da sociedade. As barreiras políticas e geográficas foram dirimidas, e o mercado passa a ser o globo. A informação acompanhou todas as etapas em que a humanidade foi submetida pelas circunstâncias casuais e aleatórias impostas pelo ambiente. Obter o dado, manipular a informação obtida e computá-la, apresentá-la sob uma roupagem inteligível, cognoscível e palatável ao entendimento humano, sempre foi um desafio de governos e empresas em todas as eras, até aqui pontuadas.
E tratar a informação de forma dinâmica é um trunfo interessante. A Tecnologia da Informação (TI) seguramente é a ferramenta mais eficiente, no que diz respeito a sua aplicabilidade no tratamento e gestão da informação no âmbito empresarial de todos os portes, e nos mais diversos segmentos de mercado. Como também no setor de infraestrutura de rede, telecomunicações e hardware, pois serve como instrumento facilitador e solucionador dos principais problemas que acercam uma organização, relacionados à informação. Porém tudo torna-se inaudível e dissonante, no caso de ignorar-se o fator humano, dentro de um projeto de TI.
Daniel Marin RS
Enviado por Daniel Marin RS em 22/04/2021
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