Seu olhar é um triste alento,
Quiçá um prelúdio do inferno,
Do tenebroso tormento,
Que aguarda no futuro.

Na penumbra da noite,
É que os sentimentos,
De natureza sorrateira,
Batem na soleira da janela.

Guardo como retrato fiel,
Disposto na parede rígida,
Da memória infalível,
A retina do seu olho indefectível.

E no obscurantismo noturno,
A lembrança sua me acomete,
Instala-se no peito,
Dilacerando-o.