DANIEL MARIN
Ninguém é uma ilha cerceado em si próprio, somos fruto de uma intrincada cadeia de interações.
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Textos
Ataque à cultura Ocidental
A cultura clássica como temos em mente e como é no seu cerne, molda o nosso modo de ser de forma absoluta. A cultura entendida como um conjunto de práticas, costumes e modus vivendi, é um processo longo que tem seus desdobramentos e substratos na qual resultam no tempo atual em que vivemos. Atualmente a cultura Ocidental, em que pese o ataque principalmente de veios progressistas da sociedade em que se baseiam em negacionismos torpes, sem base conceitual, ferindo gravemente os princípios lógicos e até científicos que sedimentam a sociedade. É deveras um caminho perigoso, pois vulgarmente falando, é preciso ter parcimônia, pois nunca se sabe, se ao suprimir um aspecto qualquer aleatório da atual cultura Ocidental, não estaremos eliminando um esteio de apoio fundamental da sociedade. A cultura Ocidental ainda é o maior bem do Ocidente.
A sociedade Ocidental é tributária da cultura que ela própria gerou. Claro! Que o Ocidente herdou grande parte do seu substrato cultural das civilizações mesopotâmicas, e também do extremo Oriente. Fato consumado que às movimentações populacionais e de transmissão de conhecimento, desconhecem e ignoram as barreiras geográficas e “culturais”. Desde tempos remotos o gênero homo deslocou-se pelos continentes em hordas, com intuito de sobreviver. E neste processo de sedentarização e fixação de residências em assentamentos permanentes, cingiu-se um caudal de novas práticas sociais e de subsistência. Ocorrendo então à gênese da cultura que a posteriori foi legada para as gerações futuras.
É imperioso destacar oportunamente que cultura consiste também no comportamento que é aprendido e interiorizado pelas pessoas, um certo jogo de imitação. Onde um indivíduo gestado e criado no seio de uma sociedade, adota hábitos dos demais membros. É incluído nisto, a linguagem, sistemas de crenças, estruturas sociais, instituições e bens materiais. A cultura tem sua existência estritamente condicionada em um âmbito geral, como algo comum a todos os humanos. Ela é caracteristicamente uma variável mutável e totalmente abstrata, em que pese o fabrico de artefatos que definem uma cultura per se em específico, ser algo objetivamente “material”, o seu processo de idear é totalmente abstrato.
A cultura pode ser entendida também com ou “todo complexo”. E é um todo que abarca o conhecimento vulgar, erudito e até científico; crenças, artes, corpo de leis, moral, costumes e vivências; capacidades e hábitos adquiridos por nós humanos enquanto membros de uma sociedade. Cultura é o que legamos para a posteridade aos descendentes e que de certa forma marca nossa passagem por este planeta e sumariamente também identifica uma sociedade de sua caracterização única. A cultura nunca é dada como terminada, ela é móvel e abstrata e também influencia e é influenciada. Neste contexto é imperioso destacar a globalização como agente de alteração cultural e de abrangência global, conforme a própria terminologia bem caracteriza.
Hoje insopitavelmente há à globalização, decorrente claro de processos tecnológicos e até sociais, que estão em marcha e tendem de certa forma a estreitar os laços de praticamente todas às sociedades do mundo, numa etapa de massificação cultural uniforme. Pelo menos é uma tendência que se avizinha, mas, e há sempre um “mas” em tudo, não é possível prever com certa dose de exatidão. O fato é que a globalização tornou-se um processo já irreversível de interconexão mundial, com intensa movimentação de bens de consumo e serviços, informações e pessoas, tem se personificado como uma das principais forças da mudança da cena cultural contemporânea. Seus desdobramentos têm um resultado imprevisível e tende a um ajustamento específico em cada cultura individualizada.
Ter um entendimento amplo de uma cultura consiste num processo laborioso de aprendizado. É aprender o que os indivíduos de uma sociedade pensam sobre a vida, a arte, a moral, costumes e afins. Entender suas ideias e os símbolos; bem como o significado de tudo isso para elas. A expressão lúdica e estética nos seus papéis de representatividade dentro do seio da comunidade.
As antigas formas de conhecimento intelectual que legamos do mundo Clássico Greco-Romano deixaram marcas vívidas e permanentes na cultura Ocidental. São expressões legítimas de refinamento e sofisticação, onde “bebemos” deste praticamente inesgotável manancial para modelarmos o mundo presente e futuro. A cultura Greco-Romana, evidente que se serviu e muito das demais culturas que as orbitaram e as antecederam.  Contudo os seus artefatos culturais, seja eles materializados ou abstrativos (imateriais), resistiram ao teste do tempo e são reconhecidos e apreciados prontamente pelas pessoas que os amam, motivadas unicamente pelo conhecimento emocional e moral que eles contêm.
O que deve ser elucidado de forma objetiva e até sagaz, é que cultura, não constitui-se apenas em um conjunto frio de crenças, na aceitação incondicional de textos literários, sagrados e profanos, obras de arte. Cultura implica claramente em debater, raciocinar, refletir piamente á significância deste conjunto para a sociedade em está imbuída nele, ou mesmo uma sociedade externa a ele.
A cultura se perpetua no ideário das pessoas e seus descendentes, sob forma de pertencimento social, sendo exaltada como um bem natural, comunitário e diria até imutável num recorte de espaço de tempo. O que fatalmente explica a franca noção dos “povos Ocidentais” de pertencimento a uma mesma cultura, pois partilham de valores, noções de leis, artes, religião e visão de mundo, mais ou menos alinhados.
Daniel Marin RS
Enviado por Daniel Marin RS em 14/10/2024
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