Ao olhar para o longínquo horizonte,
Avista-se ali no sopé do verde monte,
O gaúcho montado no zaino,
Como um centauro a espera de algo,
E com um olhar maino.
Nestes pagos a perder de vista,
É linda a liberdade,
E a doce conquista,
São páginas trigueiras,
Que expressam um mote,
E tem um lema escrito na alma,
A levar tranquilo no manso trote,
Onde faz morada a herança campeira,
Fina flor a exalar odores na brisa calma.
Há essa vida trigueira!
Nem sempre se tem um vintém na gibeira,
Mas há sempre histórias que o tempo não sorveu,
Passagens solitas que a tradição bebeu,
E jazem nas entranhas deste campo,
Limpo, bonito e infinito,
A desafiar o fétido tempo,
Ludibriando a traiçoeira morte,
No manso tropel,
Do já passado corcel.