Temáticas pertinazes à Filosofia Política ao serem abordadas é preciso sempre levar em conta fatores delicados e que tenham como base as naturezas: ideológicas, racionalistas, dialéticas e práticas. Fatores estes que são cingidos na esfera intelectual e reverberam no campo materialista, ou seja, prático em si. Contudo a priori é imperioso conceituá-los. E não se furtar a relegá-los para a marginalidade intelectual e conceitual, em detrimento de fatores superficiais e macros.
Na seara filosófica, urde dissertar de forma oportuna e salutar a respeito do que vem a ser a “ética”, pois é um tema basilar para tratar da Filosofia Política. Ética então é o nome dado ao ramo da filosofia que se dedica aos assuntos concernentes à moral. A palavra ética é derivativa do grego (ETHOS), que assume a significância de “o modo de ser”, tratando também das questões comportamentais e caráter humano. Há então os conceitos de ética e o atrelamento a cidadania, que formam a base de uma sociedade e às regras de convivência, além da própria justiça.
Ética, portanto refere-se intrinsecamente aquilo que pertence ao caráter. E é preciso neste aspecto de cunho conceitual e racional, destacar que ética diferencia-se da moral, uma vez que a moral relaciona-se com regras e normas, os costumes próprios de cada cultura. A moral é um conjunto de modos de vivência compilados em instruções e regramentos normativos, somados às práticas cotidianas e uma sociedade per se. Ao ponto que a ética concerne ao modo de agir das pessoas, a forma de comportamento e a escolha entre o “bem” e o “mal”. A ética objetiva no seu seio genitor transformar a convivência social pacífica e justa. Daí que surge o seu atrelamento íntimo com a política.
Já a política é sumariamente uma atividade atrelada à governança do Estado, do País de da Cidade, diz respeito às relações de poder, e igualmente pode-se conceituá-la como uma arte de negociação intuindo compatibilizar e adequar interesses que devem convergir para a melhor administração da sociedade.
Entretanto de forma mais ontológica, é possível e necessário conceituar “política”; na qual se constitui num termo que remonta ao passado Grego Clássico, advindo do étimo “POLITIKÓS”, constituindo-se este num derivativo de “PÓLIS”, na qual significa “cidade”, e de “TIKÓS” que referencia ao “bem comum”. Translitera-se então “política” como a relação com aquilo que se refere ao espaço público, ao cidadão da pólis e a sua gestão. A política materializa-se sob a visão prática da coisa, como uma atividade própria da cidade, das relações humanas que ocorrem no espaço comum, é uma interação social dinâmica e intrincada.
Dentro do contexto político, como forma de viabilizar a própria administração da cidade (polis) per se, é preciso ordem e organização. Para tanto então temos o Sistema Político, que emerge como uma forma de organização do governo em si, e engloba as instituições políticas que compõe o Estado ou Cidade.
Para a tríade grega da filosofia, da razão e do conhecimento a citar-se: Sócrates, Platão e Aristóteles, a ética estava ligada com a política, pois permeava e permeia aspectos de racionalismos da participação da vida em sociedade. Neste ponto temos o que se denomina de “Filosofia Política” que se preocupa com as diversas questões políticas que emergem a partir do convívio social, relacionada com a organização deste convívio, e tem a sagrada função de problematizar, conceituar e refletir sobre a política. E como já dizia Aristóteles: “o homem é um animal político”.
Por final! Entende-se por moral o que forma o conjunto de regras e normas estabelecidas pela sociedade por conveniência e propriamente até por questões de sobrevivência. Já a ética é a reflexão racional e compreensão dos princípios que fundamental a moral.
E do ponto de vista prático e objetivo urde destacar que a ética nos ajuda a responder às seguintes indagações:
Eu quero?
Eu posso?
Eu devo?