DANIEL MARIN
Ninguém é uma ilha cerceado em si próprio, somos fruto de uma intrincada cadeia de interações.
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Livro de Visitas Contato Links
Textos

No ano de 1912, o metereologista alemão Alfred Wegener divulgava por meio de uma série de palestras e encontros a “Teoria da Deriva Continental”, deixando a opinião pública curiosa e o meio acadêmico muito cético e até certo ponto abalado. Ele apoiava às suas suposições em dois aspectos, tratados aqui. Primeiro ponto relacionado à sua observação totalmente empírica; ao folhar as páginas de um determinado atlas geográfico, ele nota a relevante e curiosa coincidência, e a incrível semelhança no recorte da costa ocidental africana e a costa oriental sul-americana. Ambas pareciam encaixar-se como em um quebra-cabeça, um recorte nítido que instigava a suposição de que os dois continentes poderiam em um tempo remotíssimo estarem unidos ou muitíssimo próximos um do outro. O segundo ponto é a semelhança observada nos fósseis de animais extintos em ambos os continentes, o que vinha a corroborar a sua suposição inicial. Diante do exposto acima, podemos inferir algumas ponderações acerca da teoria postulada por Wegener. Indubitavelmente a referida teoria não tinha um embasamento apenas superficial, ela não era uma falácia só, possuía sim um dado observacional e possível de ser analisado, “a semelhança observada nos fósseis de animais extintos em ambos os continentes”; (América e África). Entretanto a Comunidade Científica da época não aceitou suas ideias. Segundo eles era inconcebível a possibilidade de imensas placas continentais moverem-se, ou ficar a deriva no oceano, algo assemelhado a um navio. Edificando assim um verdadeiro obstáculo científico, impedindo que fossem realizados estudos dotados de provas cabais que viriam a confirmar ou mesmo refutar a teoria postulada. Em 1930 Wegener parte em expedição para o Ártico, com o objetivo de comprovar que as massas de terra da Groelândia e da Escandinávia se afastavam. Entretanto o metereologista vem a falecer e o seu corpo foi encontrado somente um ano depois.

Infelizmente às evidências concretas da confirmação da teoria de Wegener, ficaram alguns anos na ignorância, sendo inclusive censuradas no círculo acadêmico do seu tempo. Com o advento da Segunda Guerra Mundial e nos primeiros anos do decorrer da Guerra Fria (EUA versus URSS), houve um exacerbado desenvolvimento da tecnologia náutica submarina. A guerra submarina entrava no seu ápice, e com ela veio a calhar à exploração mais detalhista do fundo dos oceanos.

A partir da exploração mais concisa do fundo dos oceanos chegou-se a três novas descobertas que emergiram da obscuridade:

1º) O oceano Atlântico é atravessado por uma cordilheira submersa de grandes proporções, na posição longitudinal, sendo que parte dela emergiu do oceano formando a ilha da Islândia ao norte;

2º) Em seguida descobriu-se que as rochas do denominado solo oceânico, até então consideradas geologicamente mais antigas que as da crosta continental, eram na verdade mais recentes;

3º) A nova ciência denominada paleomagnetismo, fez revelações estarrecedoras no que tange o padrão magnético das rochas do fundo do oceano, elas apresentavam o mesmo arquétipo magnético em ambos os lados da cordilheira submarina, demonstrando que as rochas se formaram no centro, para depois dividir-se e moverem-se em direções opostas.

De posse desses dados, já nos anos 1960 é postulada a teoria tectônica das placas. De acordo com a teoria o fundo do mar abre-se em dorsais, ocasionando o movimento de empurrar a crosta continental. Em outros pontos há um choque das placas da crosta e uma é forçada para baixo da outra, formando as cordilheiras.

Pronto! Estava provada uma teoria científica que começou como um simples insight da análise de quebra-cabeça com mapas.

Daniel Marin
Enviado por Daniel Marin em 08/08/2025
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários